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Tu n'as pas eu de chance.

Tenho de comprar um guarda-chuva.

O fim-de-semana foi feito de passeios. No Sábado saí cedo sozinho e fui deambular pelos jardins da cidade, aproveitando para, nos entretantos em que me sentava a gozar o sol, abrir o meu livro de Pneumologia e ler umas coisas. À noite fomos à 'Nuit Blanche', iniciativa da câmara municipal que passa pela abertura de vários jardins e parques e museus e outras coisas durante uma noite cheia de espectáculos de luz. Foi giro, mas nada de extraordinário. Valeu pelo piquenique e depois pelo parque no 19º Arrondissement cujo nome não me vem à cabeça mas que inicialmente me pareceu estranhamente familiar - só algum tempo depois, na penumbra da noite, é que me lembrei de que semanas antes, no dia peculiar em que tinha ido com a Sté fazer a linha toda do autocarro depois de termos deixado a Lotti no concerto do McFly, havíamos passado por aquele jardim e tínhamos pensado 'hmm, era fixe um dia cá virmos'. Paris não é, afinal, assim tão grande.

No Domingo, o meu intuito era estudar. Palavra! Saí de casa pelas 15:30 tendo por destino a biblioteca do centro Pompidou, mas, quando cheguei lá e constatei que a fila para entrar na biblioteca parecia aquelas que se vêem à porta das diversões da Disney com tempo de espera de 90 minutos, desisti da ideia e decidi ir dar um passeio. Fui sempre pela margem do rio, passando pela Notre Dame, Louvre, Orsay, ponte Alexande III, Invalides, parei numa exposição de fotografia à beira-rio, encontrei uma portuguesa cá da maison, passei pela torre Eiffel, desci o champ de mars e apanhei o metro na école militaire de regresso a casa. Foram três horas sempre a andar!

Hoje o dia foi passable. Começou mal, com chuva e uma senhora que se recusava a colaborar na história clinica e que tinha mijado o chão todo do quarto, já que não se podia levantar para ir à casa de banho por estar ligada ao bólus de heparina. Aos poucos e por entre desentendimentos e choros constantes, lá consegui perceber um pouco mais da história da doente. Finalmente, quando pedi para a examinar, recusou-se, por estar muito cansada. Score!! Mais tarde apresentei a história à chefe de serviço - que é mais simpática e atenciosa do que a interna, a Karine (os pais dela enganaram-se no nome. Krétine assentar-lhe-ia muito melhor) - que até me pareceu perceber o que eu estava a dizer. Discutimos o caso, olhámos para os exames e a coisa até nem correu mal. Aliás, a partir daí melhorou bastante. Consegui ver depois os 4 doentes que me faltavam e quando a chefe começou a fazer perguntas sobre as provas de função respiratória eu lembrava-me das coisas que tinha lido no sábado e soube responder. Bem bom! Em Portugal a minha ideia é geralmente meter na cabeça o maior número de coisas possível - embora as mais das vezes isso também não dê grande resultado; aqui, se eu conseguir encontrar as palavras certas para expressar o pouco que sei, já é uma grande vitória.

À tarde consegui finalmente entregar a certidão de nascimento para receber o subsídio do governo francês. É a primeira coisa que consigo resolver verdadeiramente desde que cá cheguei. É que nem o passe anual de transportes ainda tenho, visto a minha conta bancária ainda não estar validada. Hoje recebi finalmente a carta registada do banco, que era suposto eu assinar para que na agência, quando recebessem o aviso de recepção, ficassem com a certeza de que eu moro onde moro, último passo necessário para me activarem a conta. Contudo, o senhor do banco frisou bem - 'il faut que vous signez, pas le concierge!'. Claro que quando fui ver, o porteiro - que me tinha assegurado de que não iria assinar nada por mim - já tinha assinado e mandado o aviso de volta para os correios. Eu chateei-me com ele no meu francês macarrónico e expliquei-lhe que agora o mais provável seria o monsieur Guillaume não me activar a merda da conta, e ele respondeu-me que não era porteiro nenhum, mas sim chefe de acolhimento, e que a assinatura dele podia substituir a minha. Riiight.

Depois disto fui comprar livros e voltei para casa.
Read More 2 comentários | Publicada por Pedro edit post

2 comentários

  1. Unknown on 6 de outubro de 2009 às 18:03

    Espero que a Karine não leia o teu blog :D

    Abraço

    PS : tens 3 RSS subscribers, que popular ! :D

     
  2. Estrelita on 7 de outubro de 2009 às 21:55

    LOL... Kretine! De mais! Se bem que já sabia metade da historia, da nossa fantástica conversa via messenger! :D Temos que repetir!

    Bjo
    Cris

     


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